A governança das plataformas digitais:
uma nota metodológica
DOI:
https://doi.org/10.29327/2148384.2025.829Palavras-chave:
Economia da Informação, Economia dos Contratos, Instituições, OpacidadeResumo
Este texto propõe-se em fornecer os pressupostos metodológicos e epistemológicas para escolher os instrumentos adequados a fim de implementar uma análise econômica dos mercados ligadas às plataformas digitais. Propositalmente, a análise se restringe à dimensão mesoeconômica. Em um primeiro tempo, mostrarei porque o conceito de governança fornece ferramentas adequadas para estudar esses mercados. Em um segundo tempo, estudarei em detalhe os mecanismos elaborados por Williamson e mostrarei em que medida eles constituem ferramentas adequadas; utilizarei igualmente os resultados formulados por Akerlof, Grossman e Stiglitz. Em uma terceira parte, à luz dessas escolhas metodológicas, implementarei uma análise mais “concreta” desses mercados.
Downloads
Referências
ABATE, C.; et al. The intersection between competition and data privacy. OECD Roundtables on Competition Policy Papers, n. 310, 2024. DOI: https://doi.org/10.1787/20758677.
AKERLOF, G. The Market for “Lemons”: Qualitative Uncertainty and the Market Mechanism. Quarterly Journal of Economics, n. 89, Aug. 1970.
BARZEL, Y. Economic analysis of property rights. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
BAULMOL, W. J. Contestable Markets: An Uprising in the Theory of Industry Structure. American Economic Review, v. 72, n. 1, p. 1–15, Mar. 1982.
BOLAÑO; C.; MARTINS, H. Para uma crítica da economia política das plataformas digitais: a configuração da nova estrutura de mediação social na transição do sistema global de cultura e suas características, no publicado. 2024. [S. n. t.].
BOWLES, S.; GINTIS, H. Gintis. Social capital and community governance. SFI Working Paper, 2001-01-003, 2001. Available: https://santafe.edu/research/results/working-papers/social-capital-and-community-governance. Accessed: 1st July 2004.
BOYER, R. La Théorie de la régulation: une analyse critique. Paris: La Découverte, 1987.
Braudel, F. La dynamique du capitalisme. Paris: Champs Flammarion, 1985.
DUMONT, L. Homo aequalis. Genèse et épanouissement de l’idéologie économique, Paris: NRF; Gallimard, 1985.
FAMA, E. Market Efficiency, Long Term Returns and Behavioral Finance. Journal of Financial Economics, v. 49, n. 3, p. 283-306, 1988.
GAUDIN, F.; SIOUFFI, G. La vie avec 500 mots de français : un emprisonnement social qui menace de plus en plus de jeunes. Atlantico, 23 out. 2015. Disponible: https://atlantico.fr/article/decryptage/la-vie-avec-500-mots-de-francais--un-emprisonnement-social-qui-menace-de-plus-en-plus-de-jeunes-gilles-siouffi-francois-gaudin. Consulté: 21 Jui. 2023.
GROSSMAN, S. J.; STIGLITZ, J. E. Information and Competitive Price System. The American Economic Review, v. 66, 2 May 1976.
GROSSMAN, S. J.; STIGLITZ, J. E. On the Impossibility of Informationally Efficient Markets. The American Economic Review, v. 70, n. 3, p. 393-408, June 1980.
HERSCOVICI, A. Informação, Conhecimento e Direitos de Propriedade Intelectual: os limites dos mecanismos de mercado e das modalidades de negociação privada. A contribuição de Williamson à análise dos Direitos de Propriedade Intelectual. Economia e Sociedade, Campinas (SP), v. 21, p. 54-72, 2012.
HERSCOVICI, A. Economia de redes, externalidades e estruturas de mercado: o conceito de concorrência qualitativa. Revista Brasileira de Inovação, v. 12, p. 87-125, 2013.
HERSCOVICI, A. Essays on the Historicity of Capital. New York: Palgrave Macmillan, 2019.
HERSCOVICI, A. Big Data, rastreabilidade e assimetrias de informação: opacidade, ingerência e democracia. Revista Nova Economia, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, 2021.
HERSCOVICI, A. Value, Historicity and Economic Epistemology. An Archaeology of Economic Science. New York: Palgrave macmillan, 2023.
HERSCOVICI, A. The historicity of economic sciences: the main epistemological ruptures. Journal Of Philosophical Economics, v. XVII, p. 119-155, 2024a.
HERSCOVICI, A. From the Enlightenment to 'illiberal' capitalism: the new configurations of the capitalist system. Economic Philosophy International Conference, 7th. 2024b. [S. n. t.].
Hodgson, G. What Are Institutions? Journal of Economic Issues, v. XL, n. 1, Mar. 2006.
KATZ, M. L.; SHAPIRO, C. Network Externalities, Competition and Compatibility. American Economic Review, v. 75, n. 3, 1985.
LANCASTER, K. A New Approach to Consumer Theory. Journal of Political Economy, v. 74, n. 2, p. 132-157, 1966.
ORLÉAN, A. L’empire de la valeur. Refonder l’Économie. Paris: Seuil, 2011.
OSTROM, E. Governing the Commons: The Evolution of Institutions for Collective Actions. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
OSTROM, E.; HESS, C. A framework for analyzing the knowledge commons. In: HESS, C. A; OSTROM, E. (Org.). Understanding knowledge as a commons. Cambridge ; London: The MIT Press, 2007.
PERROT, A. Asymétries d´information et contrats. Problèmes Économiques. Paris, n. 2.291 - La Documentation Française, 1992.
RALLET, A. Données personnelles et empowerment des consommateurs. Paris: Université de Paris Sud, 2019.
STIGLER, G. J. The Economics of Information. The Journal of Political Economy, v. 69, n. 3, p. 213–225, Jun. 1961.
VAN DIJCK, J. Datafication, dataism and dataveillance: Big Data between scientific paradigm and ideology. Surveillance & Society, v. 12, n. 2, p. 197-208, 2014.
WILLIAMSON, O. The new institutional economics: taking stock, looking ahead. Journal of Economic Literature, v. XXXVIII, Sept. 2000.
WILLIAMSON, O. The Theory of the Firm as Governance Structure: From Choice to Contract. Journal of Economic Perspectives, v. 16, n. 3, p. 171-195, Summer 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Alain Herscovici

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).