Editorial | Nº 17
Resumo
O número 17 dos Cadernos do Desenvolvimento traz aos seus leitores o dossiê A atualidade do pensamento de Celso Furtado, com seis textos preparados especialmente para o seminário realizado pelo Programa de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociência da Unicamp em 2014. Esse seminário, em memória aos dez anos do falecimento de Celso Furtado, foi organizado pelos alunos da pós-graduação e coordenado pelo professor André Furtado. Nas palavras do seu coordenador, o evento foi um grande sucesso, contando com larga audiência e profícuos debates. Muito nos honra poder divulgar os textos desse evento.
A entrevista realizada para esta edição foi com o professor Pierre Salama, que esteve no Rio de Janeiro em agosto passado. Pierre Salama foi aluno de Celso Furtado na Sorbonne, sendo posteriormente seu assistente. Hoje é professor emérito da Universidade de Paris 13, e conversou com Cadernos do Desenvolvimento sobre seu percurso de vida e acadêmico, seu convívio com Celso Furtado e sua forte ligação com o Brasil.
Para esta edição foram selecionados quatro artigos. O primeiro mostra a atualidade da contribuição de Furtado ao discutir como a distribuição de renda em sua obra dialoga com a estrutura produtiva do país e, por conseguinte, traz à tona a questão da restrição externa ao crescimento.
O segundo artigo, ao abordar a modernização dos padrões de consumo e o progresso técnico, coloca uma importante pergunta: Será que é possível entender o processo de subdesenvolvimento associado à difusão do progresso técnico como um simples processo de imitação? Ao se colocar esta questão, o autor mostra como a cultura é fundamental na obra de Furtado para o entendimento de sua teoria do subdesenvolvimento.
O terceiro artigo interpreta a trajetória de desenvolvimento econômico no Brasil entre 1956 e 1980 à luz dos ensinamentos de Kalecki. O artigo conclui que, seguindo a perspectiva analítica do autor, mesmo com elevadas taxas de crescimento no período, estas não foram suficientes para libertar o país da armadilha do subdesenvolvimento.
O quarto artigo debate a desigualdade regional no Brasil contemporâneo à luz da desigualdade na distribuição do crédito bancário. Para tanto, o artigo explora indicadores baseados no balanço das agências bancárias no Nordeste e Sudeste do país, diferenciando estratégias financeiras nos anos 2000.
A resenha da coleção de doze artigos de A. Gerschenkron, O atraso econômico em perspectiva histórica e outros ensaios, recentemente publicado pelo Centro Celso Furtado, foi preparada pelo professor do Instituto de Economia da UFRJ Jaques Kerstenetzky, especialista em história do pensamento econômico e desenvolvimento econômico. A coletânea traz uma apresentação de Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos e Numa Mazat, também professores do Instituto de Economia da UFRJ, que explora amplo material bibliográfico, permitindo ao leitor melhor compreender os textos selecionados. A resenha do professor Jaques acrescenta novos insights à coletânea publicada, ao estruturar seus comentários em seções: O atraso em perspectiva histórica; Lições de Gerschenkron: o scholar na História da História Econômica; e Uma lição que transcende o tempo.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).