Luxo e subdesenvolvimento: reflexões sobre as possibilidades econômicas dos nossos netos

Autores

  • Juan Negreiros Baldarenas Universidade Federal do ABC
  • Fernanda Graziella Cardoso Universidade Federal do ABC
  • Cristina Fróes de Borja Reis Universidade Federal do ABC

Palavras-chave:

Luxo, Consumo Conspícuo, Futuro, Subdesenvolvimento

Resumo

Partindo do texto de Keynes de 1930 e de sua previsão otimista a respeito do futuro do capitalismo, o presente artigo busca refletir teoricamente sobre as possibilidades econômicas da periferia do sistema capitalista. Para tal, recorre-se ao conceito de luxo e de consumo conspícuo de Veblen, colocando em pauta a insaciabilidade das necessidades relativas. Em seguida, retoma-se o pensamento dos pioneiros da Economia do Desenvolvimento, a fim de refletir sobre as possíveis consequências do consumo de luxo sobre a trajetória do desenvolvimento, tendo em vista tanto a teoria quanto alguns resultados de sua prática no contexto latino-americano e brasileiro. Por fim, inspirado pela atualização da previsão de Keynes sob a ótica de Skidelsky e Skidelsky, conclui-se que o consumo de luxo compromete as possibilidades econômicas de nossos netos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juan Negreiros Baldarenas, Universidade Federal do ABC

Bacharel em Ciências e Humanidades e Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do ABC (UFABC).

Fernanda Graziella Cardoso, Universidade Federal do ABC

Professora Adjunta da Universidade Federal do ABC (UFABC), Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais
Aplicadas. Doutora em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP).

Cristina Fróes de Borja Reis, Universidade Federal do ABC

Professora Adjunta da Universidade Federal do ABC (UFABC), Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais
Aplicadas. Doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referências

ALLÉRÈS, Danielle. Luxo… estratégias de marketing. São Paulo: Ed. FGV, 2000.

BOURDIEU, Pierre. Gostos de classe e estilo de vida. In: ORTIZ, Renato (Org.). Bourdieu - Sociologia. São Paulo: Ática, 1983 [1976].

CARDOSO, Fernanda Graziella. A armadilha do subdesenvolvimento: uma discussão do período desenvolvimentista brasileiro sob a ótica da Abordagem da Complexidade. Tese (Doutorado em Economia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

CARDOSO, Fernanda Graziella; LIMA, Gilberto Tadeu. Diagnosticando patologias monetárias: seus impactos sobre a atividade produtiva na visão de Keynes e Veblen. Revista Estudos Econômicos, v. 36, n. 2, São Paulo, abr.-jun. 2006.

DE MASI, Domênico. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

FURTADO, Celso. Brasil - a construção interrompida. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

FURTADO, Celso. Economia do desenvolvimento: curso ministrado na PUC-SP em 1975. Rio de Janeiro: Contraponto; 2008. (Arquivos Celso Furtado, v. 2).

FURTADO, Celso. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2009 [1961].

KEYNES, John Maynard. As possibilidades econômicas de nossos netos. [1930]. In: SZMRECSÁNYI, Tamás (Org.). Keynes. São Paulo: Ática, 1984. (Coleção Grandes Cientistas Sociais).

MINSKY, Hyman. John Maynard Keynes. Campinas: Ed. UNICAMP, 2011.

NEPOMUCENO, Rosa. O Brasil na rota das especiarias: o leva e traz de cheiros, as surpresas da nova terra. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005.

NURKSE, Ragnar. Alguns aspectos internacionais do desenvolvimento econômico. [1952]. In: AGARWALA, A. N.; SINGH S. P. (Eds.). A economia do subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Forense, 1969.

PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 2000 [1942].

PREBISCH, Raúl. O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns dos seus principais Problemas. [1949]. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinquenta anos de pensamento da Cepal. Rio de Janeiro: CEPAL; Record, v. 1, 2000.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

ROSA, Cristina de Azevedo. Império do luxo - a construção do sucesso. Lisboa: Lidel, 2010.

SERRANO, Franklin; MEDEIROS, Carlos. O desenvolvimento econômico e a retomada da abordagem clássica do excedente. Revista de Economia Política, v. 24, 2004.

SKIDELSKY, Edward; SKIDESLKY, Robert. Quanto é suficiente? O amor pelo dinheiro e a defesa da vida boa. São Paulo: Civilização Brasileira, 2017.

TAVARES, Maria da Conceição. Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil. [1963]. In: Da substituição de importações ao capitalismo financeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe ociosa. São Paulo: Abril Cultural, 1983 [1889].

YEOMAN, Ian; BEATTIE, Una. Luxury markets and premium pricing. Journal of Revenue And Pricing Management, v. 4, n. 4, jan. 2006.

[CAPA] Cadernos do Desenvolvimento 27

Downloads

Publicado

2020-12-31

Como Citar

Baldarenas, J. N., Cardoso, F. G., & Borja Reis, C. F. de. (2020). Luxo e subdesenvolvimento: reflexões sobre as possibilidades econômicas dos nossos netos. Cadernos Do Desenvolvimento, 15(27), 11–36. Recuperado de https://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/cdes/article/view/417

Edição

v. 15 n. 27 (2020)

Seção

Artigos

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:

    1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
       
    2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
       
    3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).