A economia mexicana no decurso da crise global do capitalismo

Autores

  • Arturo Guillén Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa

Resumo

No final de 2012, coincidindo com a eleição de Enrique Peña Nieto como presi­dente e com a volta do Partido Revolucionário Institucional (PRI) ao governo, o México voltou a ser destaque nas manchetes da imprensa internacional com assuntos não relacionados ao narcotráfico ou às mortes ligadas à guerra para combatê-lo. Em outubro de 2012, a revista empresarial norte-americana Forbes ressuscitou o “milagre mexicano”. Segundo ela, o México não estava em crise, mas experimentava uma “milagrosa recuperação”, que o colocava na posição de desbancar o Brasil como líder da região latino-americana. “A economia brasilei­ra” — afirmava a revista — “sofreu uma desaceleração e o México está começan­do a alcançar seu rival regional” (FORBES, 2012). Em novembro do mesmo ano, a conservadora revista britânica The Economist descobria o “Mexican moment”. Em sua opinião, enquanto a maioria dos países avançados continuava em reces­são, o México emergia com força e, citando os bancos Goldman Sachs e Nomura, prognosticava que em 2020 “a economia mexicana estará entre as três maiores do mundo”. Seguia fazendo referência às principais metas do novo presidente mexicano: a reforma da seguridade social e o estabelecimento de uma pensão universal; o desenvolvimento do potencial econômico do México, o que requer “um manejo sadio das finanças”; o respeito à autonomia do Banco Central; e a implementação de várias reformas estruturais, dentre as quais se mencionava a reforma trabalhista, para incrementar a flexibilidade laboral, bem como uma reforma de longo alcance no setor energético, que inclua o estabelecimento de “parcerias público-privadas” que promovam o investimento nos setores elétri­co e petrolífero (THE ECONOMIST, 2012). Nesse mesmo mês, Enrique Peña Nieto afirmou, em uma reunião diante de importantes personagens do mundo das finanças e grandes empresários, que o México pode se tornar uma potên­cia econômica apesar do cenário de crise mundial, graças à grande fortaleza da economia nacional, que, em sua opinião, mantinha seu crescimento em condi­ções de estabilidade econômica e financeira. [CONTINUA]

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Biografia do Autor

Arturo Guillén, Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa

Professor pesquisador titular do Departamento de Economia da Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa (uami) e professor da pós-graduação em estudos sociais, linha de economia social, da mesma universidade. Coordenador geral da Red Eurolatinoamericana de Estudios sobre el Desarrollo Celso Furtado. Pesquisador convidado do Centro Internacional Celso Furado de Políticas para o Desenvolvimento, Rio de Janeiro, de setembro de 2011 a novembro de 2012. Pesquisador (nível 2) do Sistema Nacional de Pesquisadores (sni). Doutor em ciências econômicas da Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia.

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Publicado

2018-05-09

Como Citar

Guillén, A. (2018). A economia mexicana no decurso da crise global do capitalismo. Cadernos Do Desenvolvimento, 9(14), 209–229. Recuperado de https://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/cdes/article/view/131

Edição

Seção

Desenvolvimento no mundo contemporâneo: agenda, interdisciplinaridade e perspectiva comparada