As características estruturais recentes da inserção externa brasileira e suas principais implicações – 2000/2010

Autores

  • José Luis Gordon Confederação Nacional da Indústria
  • Camila L. Gramkow Conservação Internacional do Brasil

Resumo

O trabalho analisa a evolução das características estruturais da economia brasileira no período de 2000 a 2010 do ponto de vista de sua inserção externa. Uma vez que o tipo de inserção externa reflete as características da estrutura produtiva, foram analisados diversos indicadores sobre a evolução das características estruturais do setor externo (industrial) brasileiro, apontando-se as possíveis implicações sobre sua estrutura produtiva. Os principais resultados foram os seguintes: (i) as exportações vêm concentrando-se crescentemente em setores intensivos em recursos naturais; (ii) setores mais sofisticados, com alto conteúdo tecnológico, vêm apresentando participação crescente nas importações; e (iii) setores intensivos em mão de obra vêm perdendo espaço nas exportações e ganhando espaço nas importações. Esses resultados apontam para um aprofundamento das características estruturais da economia brasileira que levam a um tipo de inserção externa que constrange seu desenvolvimento econômico de longo prazo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Luis Gordon, Confederação Nacional da Indústria

Economista, formado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (2004). Fez sua monografia sobre políticas de inovação no Brasil (1950-2000) sob orientação do prof. dr. Roberto Vermulm. Mestrado strictu sensu em economia pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010), com uma dissertação sobre a política brasileira de inovação para nanotecnologia no Brasil de 2004 a 2008, sob orientação do prof. dr. José Eduardo Cassiolato. Atualmente, trabalha como analista de política e indústria na área de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Camila L. Gramkow, Conservação Internacional do Brasil

Economista, formada pela Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, em 2005. Sua monografia discorreu sobre as trajetórias empresariais recentes da Embraco, em abordagem mesoeconômica, sob orientação do prof. dr. Roberto Vermulm. Está realizando mestrado strictu sensu em economia no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com previsão de conclusão em julho de 2011. Sua dissertação abordará a insustentabilidade econômica e ambiental do atual estilo de desenvolvimento brasileiro, sob orientação do prof. dr. Carlos Eduardo Young. Coordenadora de economia e conservação na Conservação Internacional do Brasil (CI-Brasil).

Referências

BIELSHOWSKY, R. (2009) Sesenta anos de la Cepal: estructuralismo y neoestructuralismo. In: Revista Cepal, 97, 2009.

CASSIOLATO, J. (1999). A economia do conhecimento e as novas políticas

industriais e tecnológicas. In: LASTRES, H. M. M. e ALBAGLI, S. (orgs.), Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus.

_________. (2003). Notas preliminares sobre sistemas de inovação e cooperação. Rio de Janeiro, 2003.

CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (2005) Sistemas de inovação e desenvolvimento: as implicações de política. Revista São Paulo em Perspectiva. v. 19, nº 1, p. 34-45. São Paulo, 2005.

__________. (2008). Discussing innovation and development: converging points between the Latin American school and the innovation Systems perspective? Globelics, 2008

__________. (2008). Discussing innovation and development: Converging points between the Latin American school and the Innovation Systems perspective? Globelics Working Paper Series, n° 08-02. The Global Network for

Economics of Learning, Innovation, and Competence Building System.

CIMOLI, M. 2005. Heterogeneidad estructural, asimetrías tecnológicas y crecimiento en América Latina [Structural heterogeneity, technological asymmetries and growth in Latin America]. MPRA Paper 3832, University Library of Munich, Germany

________. 2009. Inovar para crescer – desafios y oportunidades para el desarrollo sostenible e inclusive en iberoamérica – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), 2009.

DOSI, G. [1984 (2006)]. Mudança técnica e transformação industrial: A teoria e uma aplicação à indústria dos semicondutores. Campinas: Editora Unicamp, 2006

FAYNZYLBER, F. (1990). Industrialização na América Latina: da “caixa preta” ao “conjunto vazio”. In: BIELSCHOWSKY, R. (2000), Cinquenta anos de pensamento da Cepal. vol. 2. Rio de Janeiro: Record, p. 851-886.

FERRAZ, J. C; KUOFER, D.; LOOTTY, M. (2004). Competitividad industrial em Brasil ─ 10 anos después de la liberalización. In: Revista de la Cepal, 82, 2004.

FREEMAN, C. (1987). Changes in the national system of innovation. Science Policy Research. University of Sussex, 1987.

________. (1995). The National System of Innovation in historical perspective. In: Cambridge Journal of Economics, v. 19, n. 1, 1995. p. 5-24.

________. [1997 (2008)]. A economia da inovação industrial. Tradutores: André Luiz Sica de Campos e Janaina Oliveira Pamplona da Costa. Campinas: Editora Unicamp, 2008.

FURTADO, C. (1992). O subdesenvolvimento revisitado. Revista Economia e Sociedade nº 1.

__________. (1961). Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura.

GORDON, J .L. (2009). Sistema nacional de inovação: Uma alternativa de desenvolvimento para os países da América Latina. XIV Encontro Nacional de Economia Política – Sociedade de Economia Política. São Paulo, 2009.

KATZ, J. (2006). Structural change and domestic technological capabilities. Cepal Review n° 89, agosto de 2006.

KUPFER, D.; CARVALHO, L. A transição estrutural da indústria brasileira: da diversificação para especialização. XXXV Encontro Nacional de Economia da Anpec, Recife, 2007.

LUNDVALL, B-Å (2007) Innovation System Research: Where it came from and where it might go. Globelics Working Paper, n° 2007-01. Saratov, Global Network for Economics of Learning, Innovation, and Competence Building System

__________. (2004) Innovation Policy and Knowledge Management in the Learning Economy. In: GIBSON, H.; IBARRA-YUNEZ (eds.) Learning and knowledge for the network society. EUA: Purdue University Press, 2004. p. 25- 55.

PINTO, A. (1970). Natureza e implicações da “heterogeneidade estrutural” da América Latina. In: Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

_________. (1976). Notas sobre os estilos de desenvolvimento na América Latina. In: Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

PORCILE, G. (2010). Heterogeneidade estrutural: conceito e evidências. Economia & Tecnologia, Centro de Pesquisas Econômicas (Cepec); Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico (PPGDE); Universidade Federal do Paraná (UFPR), ano 6, vol. 21, abr./jun. Curitiba.

PREBISCH, R. (1949 [2000]). O desenvolvimento da América Latina e alguns de seus problemas principais. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.), Cinquenta anos de pensamento da Cepal. Rio de Janeiro e São Paulo: Editora Record, Cepal, Cofecon, vol. 1.

__________. (1952 [2000]). Problemas teóricos e práticos do crescimento econômico. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.), Cinquenta anos de pensamento da Cepal. Rio de Janeiro: Editora. Record, 2000.

RODRIGUEZ, O. (2009). O estruturalismo latino-americano. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira

SOETE, L.; VERSPAGEN, B.; WELL, B. T. (2009). Sistems of Innovation. Maastricht: United Nation University, 2009.

SUTZ, J. (1998): La innovación realmente existente en América Latina. Medidas y lecturas, apresentado no seminário Globalização e Inovação Localizada: Experiências de Sistemas Locais no Âmbito do Mercosul e Proposições de Políticas de C&T

SUNKEL, O. 1970[2000]. Desenvolvimento, subdesenvolvimento, dependência, marginalização e desigualdades espaciais: por um enfoque totalizante. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.), Cinquenta anos depensamento da Cepal, v. 2, p. 526, 2000.

TAVARES, M. C. (1972). Auge e declínio do processo de substituição de importações no Brasil. In: TAVARES, M. C. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro. Rio de Janeiro: Zahar.

VERMULM, R. Tecnologia e Riqueza Nacional. Versão preliminar.

Downloads

Publicado

2018-05-22

Como Citar

Gordon, J. L., & Gramkow, C. L. (2018). As características estruturais recentes da inserção externa brasileira e suas principais implicações – 2000/2010. Cadernos Do Desenvolvimento, 6(9), 93–118. Recuperado de https://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/cdes/article/view/222