Mudança de paradigma ou mais do mesmo — a crise financeira internacional e suas consequências para a teoria macroeconômica

Fernanda Feil

Resumo


Os paradigmas econômicos mudam à medida que novas evidências surgem. De modo geral, períodos de ruptura da normalidade, especialmente crises que alteram a trajetória de crescimento, são as fases em que a revisão ocorre. Os eventos da Grande Depressão, pós-crise de 1929, provocaram a revolução keynesiana. A década de 1970 presencia os pressupostos da síntese neoclássica perderem sua credibilidade, inaugurando-se a revolução novo-clássica, que se apoia no rigor da modelagem matemática como prova do seu caráter científico. Novamente, o paradigma vigente se modificou e o novo consenso girou em torno do que se chamou de Nova Síntese. Quase meio século depois, eclodia a crise financeira, de proporção global, iniciada no biênio 2007-2008. Em vista dessa realidade, este artigo aborda as mudanças na teoria macroeconômica a partir da instabilidade originada naquele momento e suas consequências para a economia e como os Estados agiram para minimizar seus efeitos.


Texto completo:

PDF

Referências


ABDE, Gesec. Informativo Econômico Especial Grécia. Rio de Janeiro: ABDE Info., 2016.

BBC NEWS. Timeline: The unfolding eurozone crisis. 13 jun. 2012. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2017.

BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

_______; DELL’ARICCIA, G.; MAURO, P. Rethinking Macroeconomic Policy. IMF, 2010.

_______.; _______.; _______. Introduction: Rethinking Macro Policy II - Getting Granular. In: ARKELOF, G. et al. What have we learned? Macroeconomic policy after the crises, Cambridge, Massachusetts: MIT Press, 2014. p. 1-28.

DE ANTONI, E. Minsky, Keynes, and Financial Instability. International Journal of Political Economy. vol. 39, n. 2, p. 10-25, 2010.

FEDERAL RESERVE (FED). Lecture 3: The Federal Reserve’s Response to the Crisis. Disponível em: . Acesso em: 13 maio 2018.

FEIL, F. Comparação das políticas macroeconômicas e de transferência de renda e do papel do Estado dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Dissertação (Mestrado). Porto Alegre: UFRGS, 2014.

FMI – WORLD ECONOMIC OUTLOOK. World Economic and Financial Survey.2016. Disponível em: . Acesso em: 1o jun. 2017.

G20 INFORMATION CENTER. Declaração dos líderes do G20 em Londres. Disponível em: . Acesso em: jan. 2018.

KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Nova Cultural, 1973.

LEIJONHUFVUD, A. Out of the corridor: Keynes and the crisis. Cambridge Journal of Economics, vol. 33, n. 4, p. 741-757, 2009.

LUCAS JR. R.; SARGENT, T. After keynesian macroeconomics. Quartely Review, vol. 3, n. 2, Federal Reserve Bank of Minneapolis, p. 1-16, 1979.

MANKIW, G. Recent development in macroeconomics: a very quick refresher course. Journal of Money, Credit and Banking, vol. 20, n. 3, p. 436-449, ago. 1988..

MARICHAL, C. Nova história das grandes crises financeiras. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2016.

MREJEN, M. A teoria econômica frente à crise financeira: a revalorização do papel das instituições nopensamento pós-keynesiano como alternativa. Cadernos do Desenvolvimento, vol. 9, n. 15, p. 105-121,jul.-dez. 2014.

ONARAN, Ö. Secular stagnation and progressive economic policy alternatives. Working Paper n.1609, Post Keynesian Economics Study Group, p. 1-18, maio 2016.

ROCHON, L.; ROSSI, S. Has “it” happened again? International Journal of Political Economy, vol. 39, n. 2, p. 5-9, 2010.

ROMER, P. The trouble with macroeconomics. Commons Memorial Lecture of the Omicron Delta Epsilon Society, p. 1-25, 2016.

SARGENT, T. A classical macroeconomic model for the United States. Federal Reserve Bank of Minneapolis. Research Dept. Working Papers, vol. 22, p. 521-551, 1975.

SUMMERS, L. Secular stagnation and monetary policy. Homer Jones Memorial Lecture delivered at the Federal Reserve. St. Louis: Federal Reserve, p. 93-110, 2016.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.