Celso Furtado e a história do Brasil: um romance inacabado

Alexandre de Freitas Barbosa

Resumo


O objetivo deste artigo é discorrer sobre a fusão do personagem Celso Furtado com a história brasileira (encarada aqui como outro personagem), que encontra o seu ápice com a publicação de Formação Econômica do Brasil em 1959. A interação entre estes dois personagens do romance assume novas configurações a partir de 1964. Desentranhado da história do Brasil à força, Furtado aprimora o seu esquema metodológico e amplia o alcance dos seus conceitos para destrinchar o novo “modelo” brasileiro. Quando da redemocratização, o intelectual percebe que não tem mais papel relevante a cumprir na seara política. Dedica-se então a recuperar o seu papel na história, ao mesmo tempo em que sintetiza os impasses vividos pelo Brasil e delineia os novos contornos do “capitalismo global”. A caravana em torno do seu centenário, em 2020, expressa o quanto a sua obra e a sua trajetória seguem influenciando intelectuais e movimentos sociais no Brasil do século XXI, uma espécie de “eterno retorno” que provoca combustões criativas de todos os tipos.


Palavras-chave


Celso Furtado; Formação Econômica do Brasil; Subdesenvolvimento; Ditadura Militar; Redemocratização

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