Meio ambiente, inovações tecnológicas e crescimento econômico: uma análise sob a perspectiva da economia ambiental e economia ecológica

Mabel Diz Marques, Raphael de Oliveira Silva, Henrique Tomé da Costa Mata

Resumo


RESUMO

Este artigo tem como objetivo apresentar de maneira introdutória o pensamento da economia ambiental e economia ecológica diante da dimensão ambiental do processo econômico e tecnológico, os marcos institucionais, fundamentos teóricos e metodológicos, geralmente subentendidos. Descreve-se, portanto: i) a economia ambiental e as duas ramificações principais, quais sejam: economia da poluição e economia dos recursos naturais, ii) a economia ecológica, corrente de estudos transdisciplinar que busca evidenciar o enfrentamento entre a expansão econômica e a conservação do meio ambiente; iii) a concepção da sustentabilidade sob as distintas visões em análise.

Palavras-chave: Economia Ambiental; Economia Ecológica; Inovações Tecnológicas.

Código JEL: Q50; Q55; Q57.

ABSTRACT

This article seeks to introduce readers to the concepts of the environmental economy and the ecological economy in view of the environmental dimension of the economic and technological process, the institutional frameworks and the theoretical and methodological fundamentals that are generally accepted. It therefore outlines: i) the environmental economy and its two main ramifications, which are: the pollution economy and the natural resources economy; ii) the ecological economy, a current of transdisciplinary studies that seeks to provide evidence of the faceoff between economic expansion and the preservation of the environment; and iii) the concept of sustainability from the perspective of the different views under analysis.

Key-words: Environmental Economy; Ecological Economy; Technological Innovation 


Texto completo:

PDF

Referências


ANDRADE, Daniel Caixeta. Economia e meio ambiente: aspectos teóricos e metodológicos nas visões neoclássica e da economia ecológica. Leituras de Economia Política, vol. 11, n. 14, 2012.

ANDRADE, Daniel Caixeta; ROMEIRO, Ademar Ribeiro. Degradação ambiental e teoria econômica: algumas reflexões sobre uma “Economia dos Ecossistemas”. Economia, vol. 12, n. 1, 2011.

AGÜERO, Pedro Hubertus Vivas. Avaliação econômica dos recursos naturais. Tese (Doutorado) –Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.

BARNETT, Harold J.; MORSE, Chandler. Scarcity and growth: The economics of natural resource availability. RFF Press, 2013.

BAUMGÄRTNER, Stefan. Entropy. International Society for Ecological Economics, Working paper, 2003.

BECKERMAN, Wilfred. ‘Sustainable development’: is it a useful concept?. Environmental Values, vol. 3, n. 3, p. 191-209, 1994.

CAVALCANTI, Clóvis. Concepções da economia ecológica: suas relações com a economia dominante e a economia ambiental. Estudos Avançados, vol. 24, n. 68, p. 53-67, 2010.

CECHIN, Andrei; VEIGA, J. E. da. O fundamento central da economia ecológica. In: MAY, Peter (Org.). Economia do meio ambiente: teoria e prática, 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2010, p. 33-48.

COMMON, Michael; STAGL, Sigrid. Ecological economics: an introduction. Cambridge University Press, 2005.

CORAZZA, Rosana Icassatti. Políticas públicas para tecnologias mais limpas: uma análise das contribuições da economia do meio ambiente. Tese (Doutorado) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

COSTANZA, Robert; DALY, Herman E. Toward an ecological economics. Ecological Modelling, vol. 38, n. 1-2, p. 1-7, 1987.

COSTANZA, Robert. Ecological economics: a research agenda. Structural Change and Economic Dynamics, vol. 2, p. 335-357, 1991.

_______. et al. Goals, agenda and policy recommendations for ecological economics. In: COSTANZA, R.(Org.) Ecological economics: the science and management of sustainability. New York: Columbia University

Press, 1991, p.1-21.

_______. Economia ecológica: uma agenda de pesquisa. In: MAY, H. H.; MOTTA, R. S. (Org). Valorando a natureza: a análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Campus,

DALY, Herman E. The perils of free trade. Scientific American, vol. 269, n. 5, p. 50-57, 1993.

_______. Crescimento sustentável? Não, obrigado. Ambiente & Sociedade, vol. 7, n. 2, p. 197-202, 2004.

DA SILVA, Rodrigo Muniz. A influência do pensamento econômico na ideia de sustentabilidade e suas implicações para a percepção e conservação do mundo natural. Desenvolvimento e Meio ambiente, vol. 46, 2018.

GEORGESCU-ROEGEN, N. The entropy law and the economic process. Cambridge: Harvard University Press, 1971.

GROSSMAN, Gene M.; KRUEGER, Alan B. Environmental impacts of a North American free trade agreement. National Bureau of Economic Research, 1991.

HARRIS, Jonathan M. Sustainability and sustainable development. International Society for Ecological Economics, vol. 1, n. 1, p. 1-12, 2003.

HELFAND, Gloria E.; BERCK, Peter; MAULL, Tim. The theory of pollution policy. In: Handbook of environmental economics. Elsevier, 2003, p. 249-303.

HINRICHS, Roger A.; KLEINBACH, Merlin. Energia e meio ambiente. Cengage Learning Editores, 2003.

HUSSEN, Ahmed M. Principles of environmental economics. Psychology Press, 2004.

KUZNETS, Simon. Economic growth and income inequality. The American Economic Review, vol. 45, n. 1, p. 1-28, 1955.

LATOUCHE, Serge. Pequeño tratado del decrecimiento sereno. Barcelona: Icaria, 2009.

LEFF, Enrique. Racionalidad ambiental: la reapropiación social de la naturaleza. Siglo XXI, 2004.

MARTÍNEZ ALIER, Juan. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. 2ª Ed. São Paulo: Editora Contexto, 2015.

MAYUMI, Kozo; GIAMPIETRO, Mario; GOWDY, John M. Georgescu-Roegen/Daly versus Solow/Stiglitz revisited. Ecological Economics, vol. 27, n. 2, p. 115-117, 1998.

MORO, Mariú Abritta. Inovações tecnológicas ambientais: uma análise para o setor de microeletrônica. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras (Campus de Araraquara), 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2018.

MOTTA, Ronaldo Seroa da; RUITENBEEK, Jack; HUBER, Richard. Uso de instrumentos econômicos na gestão ambiental da América Latina e Caribe: lições e recomendações. 1996.

O’NEILL, J.; HOLLAND, A.; LIGHT, A. Environmental Values. London: Routledge, 2008.

PANAYOTOU, Theodore et al. Empirical tests and policy analysis of environmental degradation at different stages of economic development. International Labour Organization, 1993.

PEARCE, D.; MARKANDYA, A.; BARBIER, E. Blueprint for a Green Economy. London: Earthscan, 1989.

PERMAN, Roger; STERN, David I. Evidence from panel unit root and cointegration tests that the environmental Kuznets curve does not exist. Australian Journal of Agricultural and Resource Economics, v. 47, n. 3, p. 325-347, 2003.

PORTO, Marcelo Firpo; MARTÍNEZ-ALIER, Juan. Ecologia política, economia ecológica e saúde coletiva: interfaces para a sustentabilidade do desenvolvimento e para a promoção da saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 23, p. S503-S512, 2007.

ROCHA, Leonardo Andrade; KHAN, Ahmad Saeed; LIMA, Patricia Verônica PS. Nível tecnológico e emissão de poluentes: uma análise empírica a partir da curva de Kuznets ambiental. Economia Aplicada, v. 17, n. 1, p. 21-47, 2013.

ROMEIRO, A. R. Economia ou economia política da sustentabilidade. In: MAY, P. H.; LUSTOSA, M.C; VINHA,V (Orgs.). Economia e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2003, p.1-32.

SMULDERS, Sjak; BRETSCHGER, Lucas; EGLI, Hannes. Economic growth and the diffusion of clean technologies: explaining environmental Kuznets curves. Environmental and Resource Economics, vol. 49, n. 1, p. 79-99, 2011.

WCED, SPECIAL WORKING SESSION. World Commission on Environment and Development. Our common future, 1987.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.