Política de inovação da década de 2000: produtividade e inovação

Aziz Eduardo Calzolaio

Resumo


RESUMO

O objetivo deste trabalho é comparar a performance das capacitações tecnológicas e da produtividade das firmas que receberem benefícios da política de inovação com as que não receberam esse encorajamento durante a década de 2000. Para tanto, procedeu-se à construção e aferição de diversos indicadores representativos das capacitações tecnológicas, bem como calculou-se a produtividade do trabalho, por meio da técnica Shift-Share, para dois grupos de empresas: um usuário da política de inovação e outro não usuário de tal incentivo público. Sendo que as fontes de dados foram tabulações especiais da Pesquisa de Inovação Tecnológica e da Pesquisa Industrial Anual, ambas do IBGE. Concluiu- -se que as empresas usuárias da política de inovação melhoraram suas capacitações tecnológicas e tiveram uma produtividade do trabalho comparativamente maior.

PALAVRAS-CHAVE: Política de Inovação; Produtividade; Atividade de Inovação.

ABSTRACT

This article seeks to compare the performance, in terms of technological capacity and productivity gains, of companies that received different benefits from innovation policies adopted in Brazil, with that of companies that did not receive such benefits during the first decade of this century. To this end, a collection and assessment of different indicators representing technological progress was made, and labour productivity was calculated using the Shift-Share technique in the case of two groups of companies: one that took advantage of the available incentives of public innovation policies, and the other that didn’t. The source of data came from the IBGE, in the form of its Survey of Technological Innovation and Annual Industrial Research tables. The conclusion was that the companies making use of the innovation policy incentives did indeed improve their technological capacities and saw their labour productivity rise more when compared to those that didn’t.

Key-words: Innovation Policies; Productivity; Innovation Activity.

JEL Classification 025. O38. O47. 


Texto completo:

PDF

Referências


BARNEY, J. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, vol. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.

BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, vol. 2, n. 1, p. 157-210, jan. 1993.

_______; FIGUEIREDO, P. N. Building innovative capabilities in latecomer emerging market firms: some key issues. In: AMANN, E.; CANTWELL, J. (Orgs.) Innovative firms in emerging market countries.

London: Oxford Scholarship Online, 2012.

BONELLI, R.; FONTES, J. Desafios brasileiros no longo prazo. Rio de Janeiro: FGV-IBRE, mai. 2013. (Texto para discussão, n. 39). Disponível em: http://ggnnoticias.com.br/sites/default/files/documentos/ desafios_brasileiros_no_longo_prazo_-_28_05_2013_0.pdf. Acesso em: 15 mai. 2015.

BRASIL. Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 8269, 22 jun. 1993.

_______. Lei n. 10.973/2004, de 2 dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica

e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 2, 3 dez. 2004. Disponível em: . Acesso em: 19 mai. 2015.

_______. Lei 11.196, de 21 de novembro de 2005. Institui [...] o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras - RECAP e o Programa de Inclusão Digital; dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 1, 22 nov. 2005. Disponível em: .

Acesso em: 19 mai. 2015.

_______. Diretrizes de política industrial, tecnológica e de comércio exterior. Brasília, 2003.

_______. Instrução Normativa 1.187, de 29 de agosto de 2011. Disciplina os incentivos fiscais às atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 19, 30 out. 2011.

_______. Lei n. 13.243/2016, de 11 de janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação .... Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 1, 12 jan. 2016.

CALZOLAIO, A. E. Política industrial e desempenho da indústria brasileira na década de 2000. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, vol. 40, n. 136, p. 47-63, 2019.

CIMOLI, M.; FERRAZ, J. C.; PRIMI, A. Science and technology policies in open economies: the case of Latin America and Caribbean. Santiago de Chile: Cepal, 2005 (Serie desarrollo productive, n. 165). Disponível em: http://repositorio.cepal.org/handle/11362/4560. Acesso em: 17 ago. 2017.

CK-12. Fundation. 2017. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/. Acesso em: 22 ago. 2017.

CORREIA, P. M. A. B.; MENDES, I. O.; MARQUES, N. S. L. Gestão do conhecimento e de inovação determinantes da competitividade organizacional – um estudo de caso de uma empresa de consultoria tecnológica. Estudo & Debate, vol. 25, n. 1, 2018.

DOSI, G. Mudança técnica e transformação industrial: a teoria e uma aplicação à indústria dos semicondutores.

Campinas: Unicamp, 2006. (Clássicos da Inovação).

FAGERBERG, J. Technological progress, structural change and productivity growth: a comparative study. Structural Change and Economic Dynamics, Amsterdam, vol. 11, n.. 4, p. 393-411, 2000.

FRONDIZI, I. M. R. L. O mecanismo de desenvolvimento limpo: guia de orientação 2009. [S.I.]: Biblioteca Florestal Virtual, 2009. Disponível em: .

Acesso em: 16 mai. 2015.

GRILICHES, Z. Patent Statistics as Economic Indicators: A Survey. Journal of Economic Literature, vol.28, p. 1661-1707, 1990.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Classificação nacional de atividades econômicas. Rio de Janeiro, 2007.

_______. Pesquisa de inovação tecnológica. Rio de Janeiro, 2003, 2005, 2008.

_______. Pesquisa industrial. Rio de Janeiro, 1996 – 2012a.

KALDOR, N. Causes of the slow rate of economic growth of the United Kingdom. London: Cambridge University

Press, 1966.

KIM, L. Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coreia. Campinas: Unicamp, 2005. cap. 1. (Clássicos da Inovação).

KOHLI, U. Labor productivity: average vs. marginal. In: DIEWERT, et al. Price and productivity measurement: index number theory. [S.L.]: Trafford Press, 2010. vol. 6. Disponível em: . Acesso em: 16 mai. 2015.

KUZNETS, S. Verso uma teoria dello sviluppo economico: riflessioni sullo sviluppo econômico dele nazioni moderne. Tradução: Sandra Caliccia. Milano: Isedi, 1973.

LALL, S. Technological capabilities and industrialization. World Development, vol. 20, n. 2, p. 165-186, fev. 1992.

LUNDVALL, B. A. Innovation Policy in the Globalizing Learning Economy. In: ARCHIBUGI, D.; LUNDVALL, B. A. Globalizing Learning Economy. New York, Oxford, 2001. p. 273-291.

_______. “The New new Deal” as a response to the Euro-Crisis. In: The learning economy and the economics of hope. London: Anthem Press, 2016.

NELSON, R. R. As fontes do crescimento econômico. Tradução. Campinas: Unicamp, 2006. cap. 1. (Clássicos da Inovação).

OECD. Organisation for Economic Co-operation and Development. Measuring productivity: measurement of aggregate and industry-level productivity growth. [S.L.], 2001. p. 156. Disponível em: http:// unstats.un.org/unsd/EconStatKB/Attachment291.aspx. Acesso: em 17 mai. 2015.

SHARP, M. The need for new perspectives in European Commission Innovation Policy. In: ARCHIBUGI, D.; LUNDVALL, B. A. The Globalizing Learning Economy. New York: Oxford. 2001. p. 239-252.

SICSÚ, J.; REIS, L.C.D. (Org.). Planejamento e desenvolvimento. Brasília: ABDE, Ipea, 2010.

SINGAPORE GOVERNMENT. A guide to productivity measurement. Solaris: Spring Singapore Solaris, p. 32, 2011.

SQUEFF, G. C. Desindustrialização: luzes e sombras no debate brasileiro. Brasília: Ipea, jun. 2012. (Texto para Discussão, n. 1747). Disponível em: http://www.econstor.eu/handle/10419/91345. Acesso em: 16 mai. 2015.

_______.; DE NEGRI, F. Produtividade do trabalho e mudança estrutural no Brasil nos anos 2000. In: DE NEGRI, F. CAVALCANTE, R. L. (Org.). Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes. Brasília: ABDI, Ipea, 2014.

TEECE, D. J. As aptidões das empresas e o desenvolvimento econômico: implicações para as economias de industrialização recente. In: NELSON, R. R.; KIM, L (Org.). Tecnologia, aprendizado e inovação: as experiências das economias de industrialização recente. Campinas: Unicamp, 2005. (Clássicos da Inovação).

TELLO, M. D. Innovation and productivity in services and manufacturing firms: the case of Peru. Revista da Cepal, Santiago de Chile, n. 121, p. 73-92, 2017.

TIMMER, M. P.; VRIES, G. J. Structural change and growth accelerations in Asia and Latin America: a new sectoral data set. Cliometrica, [S.L.], vol. 3, n. 2, p. 165-190, 2008. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11698-008-0029-5. Acesso em: 16 mai. 2015.

TODTLING, F.; TRIPPL, M. One size fits all? Towards a differentiated regional innovation policy approach. Research Policy, n. 34, p. 1203-1219, 2005.

TRAJTENBERG, M. A Penny for Your Quotes: Patent Citations and the Value of Innovations. Rand Journal of Economics, vol. 21, n. 1, p. 172-187, 1990.

VRIES, G. J. et al. Deconstructing the BRICs: structural transformation and aggregate productivity growth.Journal of Comparative Economics, San Diego, vol. 40, n. 2, p. 211-227, 2012.

WINTER, S. Schumpeterian competition in alternative technological regimes. Journal of Economic Behaviour and Organisation, [S.I.], vol. 5, n. 3-4, p. 287-320, 1984.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.