Encantos e desencantos de Celso Furtado com a racionalidade do planejamento estatal

José Elesbão de Almeida

Resumo


O artigo discute a visão de Celso Furtado sobre o papel do Estado no planejamento e desenvolvimento da economia brasileira durante a segunda metade do século XX. O propósito é demonstrar que até meados dos anos 1960 ele confiava ao Estado um papel excessivamente transformador das estruturas atrasadas, condição necessária para superar o subdesenvolvimento e acicatar o processo de desenvolvimento capitalista. Não obstante, na segunda metade da década de 1960, antes da mudança operada no paradigma de desenvolvimento, com a ascensão dos militares ao poder, verifica-se um desvanecimento dessa concepção. A partir daí, passou a criticar visceralmente a forma de intervenção do Estado e atribuir ao mesmo a responsabilidade pelo aumento das distorções sociais e pela concentração de renda em favor das classes mais abastadas.


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