Desenvolvimento econômico, inovação e meio ambiente: a busca por uma convergência no debate

Julia Mello de Queiroz

Resumo


No debate acerca do desenvolvimento econômico, a teoria estruturalista exerceu grande influência na determinação de políticas públicas na América Latina, onde as especificidades do subdesenvolvimento eram os entraves no processo de mudança estrutural. Nesse contexto, a evolução da análise cepalina com a inserção das ideias neoschumpeterianas referentes a inovação, conhecimento e aprendizado se tornaram extremamente importantes para encontrar caminhos alternativos ao mainstream com o objetivo de garantir níveis satisfatórios de bem-estar. No entanto, atualmente verifica-se uma lacuna no debate do desenvolvimento econômico sobre as questões ambientais e busca-se uma adaptação do próprio conceito de desenvolvimento que caminhe em consonância com a conservação do meio ambiente. Sendo assim, o presente artigo analisa o conceito de desenvolvimento econômico sob a ótica da teoria estruturalista e suas convergências como a abordagem neoschumpeteriana, analisando como o meio ambiente pode ser uma parte do motor do desenvolvimento de países atrasados.


Texto completo:

PDF

Referências


AMAZONAS, M. C. (2005). Valor ambiental em uma perspectiva institucional-ecológica. In: VI Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, 2005, Brasília. Anais do VI Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica.

ANDRADE, D.C. (2008). Economia e meio ambiente: aspectos teóricos e metodológicos nas visões neoclássica e da economia ecológica. Leituras de Economia Política, Campinas, (14): 1-31, ago.-dez. 2008.

CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (2005). Tecnoglobalismo e o papel dos esforços de P&D&I de multinacionais no mundo e no Brasil. Parcerias Estratégicas, n° 20. p. 1179-1200.

CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (2008). Discussing innovation and development: Converging points between the Latin American school and the Innovation Systems perspective?. Globelics Working Papers Series, Working Paper 08-02.

CASSIOLATO, J. E., PAGOLA, C. e LASTRES, H. M. M. (2009). Technical change and structural inequalities: converging approaches about problems of underdevelopment. In: DRECHSLER, W.; KATTEL, R. e REINERT, E. Techno-Economic Paradigms: Essays in Honor of Carlota Perez.

CEPAL (1989). El medio ambiente como factor de desarrollo. Estudios e Informes de la Cepal. Serie n° 75, Santiago de Chile, febrero de 1989. Publicación de las Naciones Unidas.

_______, (1990). Transformación productiva con equidad. Santiago de Chile, marzo de 1990. Publicación de las Naciones Unidas.

_______, (1991). El Desarollo Sustentable: transformación productiva, equidad y médio ambiente. Libros de la Cepal n° 31. Santiago de Chile, mayo de 1991.

DOSI, G. (1988). Sources, procedures, and microeconomic effects of innovation. Journal of Economic Literature, 26, p.1120-1171.

ERBER, F. (2009). The evolution of development conventions: an essay on the epistemology and political economy of development theory. mimeo.

FAJNZYLBER, F. (1988). Competitividad internacional: evolución y lecciones; Revista de la CEPAL; n° 36; Santiago de Chile.

_______, (1990). Industrialização da América Latina: da caixa preta ao conjunto vazio. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.) Cinquenta anos de pensamento na Cepal, vol. 2. Cepal/Cofecon, 2000.

FREEMAN, C. (1982). Technological infrastructure and international competitiveness. Draft paper submitted to the OECD ad hoc group on science, technology and competitiveness. OCDE.

_______, (1987). Technology Policy and Economic Performance: Lessons from Japan. London: Pinter.

_______, (1995). The ‘National System of Innovation’ in historical perspective. Cambridge Journal of Economics vol. 19, 5-24

FURTADO, C. (1967). Teoria e política do desenvolvimento econômico. Cia. Ed. Nacional, RJ.

_______, (1961). Desenvolvimento e subdesenvolvimento, Editora Fundo de Cultura.

_______, (1974). O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

_______, (2000). Introdução ao desenvolvimento. São Paulo: Paz e Terra.

LASTRES, H. M. M. & CASSIOLATO, J. E. (2006). Inovação, informação e conhecimentos: a importância de distinguir o modo da moda. DataGramaZero. Revista de Ciência da Informação, v.7 n.1 fev/06.

LUNDVALL, B-Å. (1992). National innovation systems: towards a theory of innovation and interactive learning. London: Pinter.

MEYER, G. (1985). The Formative Period. In: .MEIR, G. e .SEERS, D. (orgs.) Pioneers in Development. Oxford University Press e World Bank, 1985.

NELSON, R. (1993). National innovation systems: a comparative analysis. New York, Oxford: Oxford University.

PEREZ, C. & SOETE L. (1988). Catching up in technology: entry barriers and windows of opportunity. In: DOSI, G. et al. Technical Change and Economic Theory.

PREBISCH, R. (1949). O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns dos seus principais problemas. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.) Cinquenta anos de pensamento na Cepal, vol.1. Cepal/Cofecon, 2000.

_______, (1950). Crecimiento, desequilibrio y disparidades: interpretación del proceso de desarrollo econômico. In: Estudio Económico de América Latina, 1949. Nova York: Nações Unidas. 1950.

_______, (1951). Problemas teóricos y prácticos del crecimiento econômico. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.) Cinquenta anos de pensamento na Cepal, vol.1. , Cepal/Cofecon, 2000

_______, (1963). Hacia una dinámica del desarrollo latinoamericano. In: BIELSCHOWSKY, R. (org.) Cinquenta anos de pensamento na Cepal, vol.1. Cepal/Cofecon, 2000.

_______, (1973). Transformação e desenvolvimento: a grande tarefa da América Latina. Rio de Janeiro: Editora FGV.

PODCAMENI, M. G. B. (2007). Meio ambiente, inovação e competitividade: uma análise da indústria de transformação brasileira com ênfase no setor de combustível. Dissertação de mestrado, Instituto de Economia, UFRJ.

REINERT, E. S. (2007). How Rich Countries Got Rich… and Why Poor Countries Stay Poor. New York: Carroll & Graf Publishers (cap. 4)

RODRIGUEZ, O. (1995). CEPAL: Viejas y nuevas ideas. Quantum, Montevideo, v. 01, n. 02, p. 37- 63, otoño.

SAGASTI, F. (1973). Underdevelopment, Science and Technology: The Point of View of the Underdeveloped Countries. Science Studies, vol. 3, n° 1.

SUZIGAN, W. & FERNANDES, S. C. (2003). Competitividade sistêmica: a contribuição de Fernando Fajnzylber. In: V Congresso Brasileiro de História Econômica. Caxambu, MG.

WORLD WILD FUNDATION. Disponível em: HYPERLINK http://www.wwf.org.br”www.wwf.org.br. Acessado em 5 de novembro de 2010.

YOUNG, C. E. F. & LUSTOSA, M. C. J. (2001). Meio ambiente e competitividade da indústria brasileira. In: Revista de Economia Contemporânea. Rio de Janeiro, v. 5, Ed. especial.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.