Editorial | Nº 19

Carmem Feijó

Resumo


O debate sobre o desenvolvimento econômico está presente neste número dos Cadernos do Desenvolvimento com duas seções especiais. A primeira – Qual desenvolvimento? – apresenta três dos textos debatidos no concorrido seminário realizado pelo Centro Celso Furtado no Colégio Brasileiro de Altos Estudos/UFRJ, em 11 de julho passado.1 Os textos iniciais que trazemos para o público dos CDs são os do professor Pedro Cezar Dutra Fonseca, organizador do evento, da professora Maria de Lourdes Rollemberg Mollo e do professor Luiz Carlos Bresser-Pereira. Nos próximos números dos CDs publicaremos os demais textos. A segunda seção especial — Debate crítico: novo-desenvolvimentismo — é específica sobre o novo-desenvolvimentismo, com textos dos professores José Luis Oreiro e Nelson Marconi, apresentando e defendendo políticas econômicas contemporâneas de cunho novo-desenvolvimentista, e dos professores Marcos Lisboa e Samuel Pessoa debatendo com estes autores as propostas novo-desenvolvimentistas. No terceiro artigo, o professor Pierre Salama se junta ao debate, contrapondo argumentos a ambos os textos, levantando novas e pertinentes questões sobre o tema. A seção de artigos apresenta cinco contribuições. O primeiro analisa, com base nas estatísticas das pesquisas inovativas de 2000 a 2008, o papel do investimento direto externo na inovação no Brasil. O segundo artigo investiga, à luz da teoria do desenvolvimento, a importância da provisão dos bens e serviços públicos para a promoção da igualdade social. Na perspectiva regional, o terceiro artigo analisa comportamentos diferenciados da firma bancária regional, explorando indicadores construídos com base nos dados das Estatísticas Bancárias por Municípios (Estban) do Banco Central do Brasil. Na perspectiva histórica, o quarto artigo analisa, com base em artigos de jornal e discursos do senador paraibano Argemiro de Figueiredo, conflitos de elites agrárias nordestinas contra o projeto da Sudene entre 1959-1963. Por fim, o quinto artigo aborda a ideia de inovação sustentável baseado em uma crítica ao conceito de sustentabilidade. O entrevistado deste número é o general Joubert de Oliveira Brízida, que presidiu a Secretaria Especial de Informática (SEI) no período de 1982-1983, e nos traz o depoimento sobre as dificuldades de implementação de uma política nacional de informática nos anos 1980. Esta é a primeira vez que o general fala sobre a política de tecnologia nos anos 1970 e 1980, e seu relato, portanto, torna-se leitura obrigatória para todos os estudiosos do desenvolvimento econômico e tecnológico em nosso país. A resenha incluída neste número é do economista Guilherme Jonas Costa da Silva, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, sobre o livro Macroeconomia do desenvolvimento: uma perspectiva keynesiana, de José Luis Oreiro. O livro, nas palavras de Guilherme Jonas, ”apresenta o debate em torno da macroeconomia do desenvolvimento numa perspectiva keynesiana... Em particular, o livro organiza o debate e apresenta o estado da arte, fundamental para aqueles que desejam aprender um pouco mais da teoria keynesiana do crescimento”. Por fim, devemos registrar com grande pesar a perda do professor Rodrigo Simões, membro do nosso Conselho Editorial, em 19 de agosto passado. Professor Rodrigo Simões ocupava o cargo de vice-diretor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, e de presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur). Sua partida precoce deixa uma grande lacuna intelectual na área de planejamento urbano e regional, onde desenvolveu vários projetos e foi professor destacado.

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