Mudanças nas relações internacionais e na inserção do Brasil

Maria da Conceição Tavares, Samuel Pinheiro Guimarães, José Luís Fiori, José Carlos Braga, Luiz Gonzaga Belluzzo

Resumo


Samuel Pinheiro Guimarães. Eu gostaria de começar falando um pouco sobre como é possível mudar, já que o título se refere à mudança na inserção internacional do Brasil. Para que a nossa inserção possa ser efetivamente uma mudança, ela precisa partir de uma atitude: a de que o Brasil pode e deve construir um sistema que seja mais favorável aos seus interesses. Não estou falando dos interesses dos países em desenvolvimento, mas da idéia de que temos de partir de interesses nacionais.
José Luís Fiori. No início de 2006, o eixo econômico do sistema mundial já está completamente refeito, e não deve ser alterado nas próximas décadas. Depois de 1945, a economia capitalista cresceu liderada pelos Estados Unidos, e pela Alemanha e o Japão, seus dois protetorados militares que se transformaram em cadeias transmissoras do dinamismo global, na Europa e no Sudeste Asiático.
José Carlos Braga. A inserção financeira internacional brasileira na globalização faz parte da constituição de um “novo” padrão de acumulação do capitalismo brasileiro que vem se instaurando desde o Plano Real.9 Esse é um “modelo” que tem revelado limites sócio-econômicos para o desenvolvimento nacional ao mesmo tempo em que se tem revelado altamente “funcional” para a lucratividade de empresas e bancos que comandam o processo de acumulação de capital.
Luiz Gonzaga Belluzzo. Em primeiro lugar, estamos vivendo um ciclo de liquidez internacional e de inflação de ativos jamais visto. Não se teve notícia de um ciclo de tamanha intensidade. Digamos que nas últimas três décadas do século XIX tenha acontecido alguma coisa parecida. Bem menor, claro, mas muito parecida até porque essas últimas três décadas assistiram à superação da Inglaterra pelos Estados Unidos e pela Alemanha.


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