Intérpretes do pensamento desenvolvimentista

José Antonio Ocampo

Resumo


O economista colombiano José Antonio Ocampo foi um dos três conferencistas convidados para o 2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, realizado em agosto no Rio de Janeiro, e não foi por acaso que o convite se estendeu a esta entre­vista a Cadernos do Desenvolvimento. Com grande conhecimento na área da economia internacional, Ocampo — que foi subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais (2003-2007), sendo o responsável pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (DESA) — era a pessoa certa no lugar certo. Poucos minutos antes do início da entrevista havia se encerrado uma das mesas de debate do congresso intitulada Para onde vão os BRICS, sendo que, havia pouco mais de um mês, Fortaleza sediara uma histórica reunião desses países, que culminou, entre outras tantas decisões, com a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Só esse tema já renderia uma pauta vultosa para o nosso entrevistado, mas o ex-secretário execu­tivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), de janeiro de 1998 a agosto de 2003, também conversou sobre outros temas não menos importantes. Nesta entrevista Ocampo fala sobre a crise de 2008, cujos sintomas ele já diagnosticara no livro International finance and development, em parceria com Jan Kregel e Stephany Griffith-Jones; relembra sua formação acadêmica e suas influências teóricas; e, evidentemente, analisa a economia latino­-americana. Ocampo nasceu em Cali e formou-se em economia “por acidente”, como ele próprio afirma, e em sociologia nos Estados Unidos, na Universidade de Notre Dame. Doutorou-se pela Universidade de Yale. O atual professor da Escola de Assuntos Interna-cionais e Públicos (SIPA) da Universidade de Columbia ocupou cargos políticos importantes no governo da Colômbia. Foi ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (1993-1994); diretor do Departamento Nacional de Planejamento (1994- 1996) e ministro da Fazenda e Crédito Público (1996-1997). Sua produção acadêmica é ampla, e um de seus mais recentes livros — Time for a visi­ble hand. Lessons from the 2008 world financial crisis — foi escrito com Stephany Griffith-Jones e com o Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, seu ex-professor de macroeconomia.


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